quinta-feira, 26 de julho de 2018

O Fantasma da Ópera (2018) | Crítica




Treze anos depois de sua estreia em 2005, O Fantasma da Ópera volta ao palco do Teatro Renault para mais uma longa temporada que, assim como a primeira, deve se consolidar como um sucesso absoluto de público.

Na nova versão, o tenor Thiago Arancam vive o protagonista, acompanhado de Lina Mendes e Fred Silveira. Já Leonardo Neiva e Giulia Nadruz são os alternantes de Fantasma e Christine.

A sessão que assisti foi o segundo ensaio aberto com público. Antes do espetáculo começar, a produtora Renata Alvim avisou os presentes que problemas poderiam acontecer. Felizmente, nada de desastroso aconteceu, e os tropeços foram mínimos -- e, em sua maioria, envolveram somente detalhes do cenário, como uma cortina que ficou enroscada em um dos adereços da lateral do palco.

No dia, Neiva e Nadruz estariam em cena. O ator conseguiu dar ao Fantasma a profundidade dramática necessária para o personagem, conseguindo balancear bem a obsessão, a psicopatia e a tragédia que o marcam. Já Nadruz construiu uma Christine equilibrada entre uma inocência deslumbrada e uma certa determinação e força em sua personalidade, se afastando do estereótipo de donzela indefesa que sempre marcou a personagem desde sua concepção. Vocalmente, ambos foram impecáveis, com um destaque grande para Giulia, que deu à música “Wishing You Were Somehow Here Again” um ótimo destaque -- e fazendo com que a cena brilhasse muito mais que o solo queridinho da personagem; “Think of Me”.

Do trio protagonista, quem menos se destacou, para mim, foi Silveira. Apesar de ter conseguido dominar com maestria a parte vocal do personagem, a construção do mesmo acabou não tendo tanto brilho, aumentando os trejeitos mimados de Raoul e tornando-o um personagem antipático, que se assemelha ao do especial de 25 anos da peça, onde foi vivido por Hadley Fraser. Nada de muito desastroso, algo que pode, e provavelmente vai, ser melhorado ao decorrer da temporada.

Em termos de produção, a nova versão de O Fantasma da Ópera está impecável. Dos detalhes ao lado do palco ao famoso lustre, tudo foi feito de maneira espetacular, com um cuidado primoroso nos detalhes. Muitos aplausos para a produção.

De acordo com o Estadão, a T4F pretende manter O Fantasma em cartaz no Renault por pelo menos duas temporadas. Não há dúvidas de que o espetáculo será um sucesso completo. Só nos resta esperar ver se a nova produção seguirá os passos da primeira versão, ampliando de forma massiva o público interessado no teatro musical.

Tomara.

segunda-feira, 9 de julho de 2018

Cem Anos de Solidão #0 | Projeto de Leitura

Depois de anos e anos de postergação, impus a mim mesmo que vou ler Cem Anos de Solidão. Já comecei várias vezes, mas nunca consegui chegar até o final -- apesar, claro, de conhecer o antológico último parágrafo do clássico romance de Gabriel Garcia Marquez.

Decidi, então, ler e compartilhar as impressões que vou tendo ao longo do caminho por aqui. Acho que ter esse "objetivo" vai me motivar a continuar, mesmo quando der vontade de largar a leitura no meio do caminho (sou Rei nessa arte!), além de me ajudar a organizar melhor os pensamentos que me vão aparecendo. Não bastasse isso, vai ser bom também para registrar as ideias que encontro em textos de apoio sobre a obra.

Como disse no primeiro texto do blog, não quero muitas regras autoimpostas por aqui. Não farei um post por capítulo, vou escrevendo conforme a leitura flui, e conforme for surgindo algo que seja relevante para eu dizer.

A edição lida será a lançada pela editora Record em 2014, na época em que Gabo morreu.

Logo apareço por aqui com as primeiras impressões sobre o livro.

Até lá!

-C

quinta-feira, 5 de julho de 2018

Lendo Harry Potter em inglês pela primeira vez

Sou completamente apaixonado por Harry Potter. Desde os seis anos de idade, quando li A Pedra Filosofal pela primeira vez, e vi o primeiro filme da franquia.

De lá para cá, li todos os livros, de uma vez só, duas vezes. Apesar da minha gigantesca pilha de leituras pendentes, Hogwarts sempre me chama novamente. Na última semana, decidi tentar ler A Pedra Filosofal em inglês pela primeira vez.

Já tinha tentado antes, no Kindle, mas aquela relação esquisita que tenho com o aparelho me impediu de ir até o fim. Peguei a edição da Corvinal que comprei no ano passado e comecei. E nossa, que delícia.

Sendo bem sincero, eu amo a tradução da Lia Wyler para a Rocco. Mas ler a versão original de Rowling é uma outra experiência, principalmente em termos de humor. Ela escreve de um jeito que torna tudo ainda mais deliciosamente britânico. Assim que acabar Pedra Filosofal -- ou melhor, Philosopher's Stone --, partirei para Chamber of Secrets (será que vou gostar desse livro na leitura da versão original?).

Enfim...

C'est tout...

-C

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Hambúrguer é bom pra caralho.


Sou bem fresco pra comer, confesso. Mea maxima culpa.

Não como várias coisas que são cotidianas pras pessoas e minha alimentação é uma merda. Porém, dentro desse leque limitadíssimo de opções, sou exigente. Ainda mais com hambúrguer, que seria a comida que eu pediria caso estivesse no Corredor da Morte de uma penitenciária qualquer.

Divido a paixão por burgers em duas categorias: os que são naturalmente merda, os fast-food's da vida, e os bons de verdade, que você pode encontrar em várias das muitas hamburguerias que brotaram por aí.

No primeiro grupo, acho o McDonald's imbatível. Pelo menos das opções que temos no Brasil. É uma merda? É. Mas acredito que ele é um lixo com dignidade. O Burger King também é bom, mas não traz o mesmo charme dos bons e velhos Arcos Dourados. Bob's? Só no momento de necessidade extrema.

Agora, nos que são bons de verdade, a coisa complica. Gosto muito do burger que faço em casa. Foram uns dois anos testando blends, modos de preparo, temperos e escolhas. Tirando a minha própria preparação, tenho alguns favoritos.

Em primeiríssimo lugar fica o Oráculo, da Tradi, que fica pertinho do Ibirapuera. Puta merda, a ideia de se misturar cheddar inglês e pepperoni num creminho show é simplesmente genial. Gosto bastante também do burger de costela do Underdog, em Pinheiros. É um puta sabor de raiz, com tudo de bom que a preparação na brasa traz.

O Cheeseburger que o Paulo Yoller faz no Meats também é show de bola. Sabor de carne, tempero na medida. Outro que ganhou meu coração foi o famigerado Camemburger, da Seven Kings, em Santos -- e não estou dizendo isso só porque o Tucano é o dono do lugar! Sim, a quantidade de queijo acaba pesando um pouco durante a refeição, mas a harmonia geral dos sabores é espetacular, especialmente o Candy Bacon.

Independente de todos esses comentários, o fato, que eu já aceitei, é: se tiver pão, carne e queijo, eu estou comendo. Hambúrguer é bom pra caralho.

Enfim...

C'est tout.

-C

sábado, 30 de junho de 2018

Meu futuro não é produto

Na semana passada, em meio ao período de provas finais na universidade, veio a notícia de que a Laureate, empresa que é dona da Anhembi Morumbi, demitiria MUITOS professores assim que o semestre terminasse.

Desses muito, uns nove me deram aula no curso de jornalismo. O motivo? Todos eles têm doutorado e, consequentemente, geram mais custos para serem mantidos.

Que putaria, né?

Tive a sorte de ter aprendido MUITO com eles nos quatro anos de graduação. Os professores que ficam estão longe de serem ruins, que fique claro, mas ver esses grandes mestres sendo reciclados pela corporação é triste, triste demais. Pensar nos alunos que entrarão no curso agora e não os conhecerão...

Não bastasse essa sacanagem, a Laureate também está fazendo com que o aluno vá menos para a universidade e passe mais tempo em casa tendo aulas online  -- na aula online, eles pagam uma quantia para um professor gravar uma série de vídeos, que podem ser utilizados aí por um longo período de tempo. Mais barato para eles.  Mas, foda-se os alunos, né?

Felizmente, a galera não baixou a cabeça para essa situação. Rolou protesto, discussão com o coordenador Nivaldo Ferraz e, até onde eu sei, vem mais coisa por aí. E tem que rolar mesmo.

Meu futuro não é produto, Laureate. Deixo aqui o meu sincero "vão tomar no cu" para vocês que estão comandando essa baixaria nas universidades.

Em vídeo, o deputado Carlos Giannazi fala sobre o assunto:

sexta-feira, 29 de junho de 2018

O Kindle e eu.


Tenho um Kindle. Modelo PaperWhite. Comprei no começo de 2018. Acreditava que ele seria uma grande revolução nos meus hábitos de leitura. Me enganei.

O problema sou eu, claro. O aparelho é incrível! Uso-o com uma certa frequência, mas ainda bem menos do que gostaria. Tenho uma quantidade razoável de e-books nele, mas não li nem metade dos que já estão baixados na memória interna do dispositivo.

Achei que leria todos os dias antes de dormir, aproveitando a escuridão do quarto e a luminosidade da tela para transformar a leitura em um me time. Não rolou. Parte pelo cansaço, parte pela atenção dividida entre outras telas, que me trazem outros conteúdos e parte por um purismo que ainda vive forte dentro de mim, dizendo que a materialidade de um bom livro de papel jamais será substituída.

Tenho fases: às vezes, só quero ler no Kindle. Às vezes, só no papel. Às vezes, em ambos. E às vezes, não quero ler absolutamente nada, quando fico saturado com essas manchinhas escuras em fundo branco que são as palavras.

O fato é: quero ler mais e estou na busca de técnicas que me ajudem a focar na leitura e façam com que eu não me sinta impaciente ao passar de oito ou dez páginas de um livro. Alguma sugestão?

Não tenho muito mais a dizer sobre o assunto. No momento, estou lendo Jurassic Park, de Michael Crichton, no Kindle. Que livro espetacularmente bom. Daqueles page turners sensacionais. Se não leu, leia.

Enfim... C'est tout.

-C

quinta-feira, 28 de junho de 2018

Começando.

Perdi as contas de quantas vezes comecei um blog na vida. Foram muitas. A experiência mais duradoura foi em meados de 2009/começo de 2010, quando eu e meu amigo/irmão Roberto Dalessio decidimos fundar um site chamado Esquadrão Classe Nerd, que, posteriormente, foi rebatizado como Geladeira Virtual.

Olhando para trás, examinando essa trajetória, dá pra perceber que eu sempre tive vontade de falar. Falar muito, falar pouco. Falar, ponto. De lá para cá, muita coisa aconteceu: além da passagem natural do tempo, a internet mudou bastante, os blogs deixaram de ser algo do mainstream e voltaram a ter um status de underground e, principalmente, eu mudei.

Na época do Esquadrão Classe Nerd/Geladeira Virtual, eu e Beto éramos apenas dois moleques que queriam escrever textos falando sobre Smallville e gravar vídeos teorizando em cima de Lost -- um adendo: fazíamos esses vídeos com câmeras digitais vagabundas, em quartos escuros, sem qualquer preocupação técnica, na época em que o conceito de Youtuber estava começando a surgir no Brasil. Vanguardistas, talvez? 😁

Beto se tornou designer, e eu agora estou a apenas um semestre de me tornar um Bacharel em Comunicação Social com Ênfase em Jornalismo -- aquele nome bonito que dão para os jornalistas, os faladores profissionais.

Nesse tempo, também pude realmente trabalhar escrevendo sobre as paixões que já se faziam presente desde aqueles dias de férias em 2009. No NerdBunker, escrevo sobre cinema, sobre videogames (mais raramente), sobre tecnologia (com alguma frequência), séries de TV,  HQs e livros. Digo que tive a sorte grande de tudo conspirar para que eu pudesse trabalhar com o que eu amo desde o início da carreira.

Apesar do entretenimento ser uma grande paixão minha, ele não é a única. Começo esse blog com o intuito de, sem nenhum tipo de pressão externa ou interna, escrever quando der vontade de qualquer coisa que eu queira. Música? Vai ter. Política? Vai ter. Crônica relembrando alguma passagem da vida? Vai ter também. Qualquer coisa mesmo, aquela coisa do blog de raiz cujo dono escreve tudo aquilo que vem em sua mente, sem muitas amarras. Bem fluxo de consciência.

É claro, em conteúdos de cunho jornalístico, algum rigor será mantido. De resto, quero brincar com as palavras, experimentar coisas, falar de coisas que não falo muito no dia a dia e, principalmente, escrever sem pensar em mais nada. Sem pensar em redes sociais, em SEO, em cliques, em urgência e em todas as outras coisas que são costumeiras no cotidiano de qualquer redação.

Enfim... c'est tout.

- C